
Em meio às montanhas suaves da Serra da Mantiqueira, há uma cidade que carrega o nome de um homem que mudou o mundo. Para além do inventor que deu asas à humanidade, Santos Dumont, cidade mineira de alma gentil e história vibrante, continua à espera do reconhecimento que merece: não apenas como berço do Pai da Aviação, mas como destino turístico cheio de identidade, cultura e encantos esquecidos.
Num país acostumado a buscar grandeza fora de seus limites, a “síndrome de vira-lata”, como dizia o dramaturgo Nelson Rodrigues, revela o complexo de inferioridade que leva brasileiros, e, neste caso, sandumonenses, a subestimarem o valor da própria terra diante do que vem de fora.
Santos Dumont não é apenas o berço de um inventor. É uma terra de histórias silenciosas, trilhos esquecidos, casas de memória e horizontes que pedem descobertas. Nesta coluna, abrimos as janelas do tempo para mostrar que, além do legado de um homem visionário, há uma cidade inteira pronta para ser redescoberta. Aqui, cada rua guarda lembranças, cada paisagem é um convite, e cada morador é testemunha de um lugar que merece voar mais alto na imaginação de quem o visita.
Caminhar por suas ruas é resgatar memórias de um passado distante — ou de uma adolescência e infância que ficaram apenas algumas décadas para trás. Santos Dumont é mais do que lembrança. É presente. É convite.
Este artigo é um chamado aos moradores, turistas, curiosos e até àqueles que já passaram por aqui sem perceber tudo o que a cidade tem a oferecer. É hora de abrir as janelas, tirar o pó das narrativas esquecidas e escrever um novo capítulo, no qual Santos Dumont deixe de ser apenas o berço de um gênio e volte a ser uma cidade viva, com asas próprias.
Porque a cidade que ensinou o mundo a voar não pode continuar andando de cabeça baixa.
Este é apenas o primeiro voo desta coluna, que a cada semana irá explorar novos ângulos, memórias e histórias da nossa Santos Dumont. Convido você a acompanhar esse trajeto conosco — mais do que leitor, seja também passageiro e copiloto nessa jornada. Tem alguma lembrança, foto, sugestão ou história que acha que merece ser contada? Escreva para mim enviando um email para [email protected]. Sua participação pode ser o combustível que nos ajuda a seguir mais longe e mais alto.
Afinal, redescobrir uma cidade é missão coletiva. E Santos Dumont está pronta para levantar voo, com você a bordo. ✈️