O governo federal comprou 263,37 mil toneladas de arroz importado com o objetivo de diminuir o impacto social e econômico decorrente do desastre climático no Rio Grande do Sul e assegurar o abastecimento no país. Realizada nesta quinta-feira, 6, pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) a compra por meio de leilão público de compra, custou R$ 1,3 bilhão.
“Avaliamos que foi um sucesso esse primeiro leilão. O governo nos autorizou a adquirir até 1 milhão de toneladas de arroz, mas não vamos comprar de uma vez só, será escalonado conforme a necessidade. E vamos publicar o edital para comprar as 36 mil toneladas que ficaram restando”, reforçou o presidente da Conab, Edegar Pretto. “Então, estamos comprando essas 300 mil toneladas e vamos avaliar agora o mercado. Se não houver necessidade não faremos mais compras. Mas, enquanto for preciso baratear o preço para os consumidores, nós vamos estar realizando os leilões. Nós queremos garantir o produto bem acessível aos consumidores”.
O arroz adquirido nesta quinta será entregue em três etapas, sendo que o prazo mínimo para o fornecimento do produto é de 90 dias e o máximo de 150 dias. A Conab adquire o grão de empresas brasileiras responsáveis pela importação, logo a origem do produto só será conhecida após a apresentação do Documento de Importação. A expectativa é que essa informação esteja disponível em até 15 dias.
Os lotes arrematados foram para os estados da Bahia, do Ceará, do Espírito Santo, de Goiás, do Maranhão, de Minas Gerais, do Pará, da Paraíba, do Paraná, de Pernambuco e de São Paulo. Já os lotes destinados para Amazonas, Distrito Federal, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Roraima, Santa Catarina e Tocantins não foram comercializados.
“Nós vamos reofertar os lotes que deram vazio hoje, com o intuito de que as pessoas conhecendo o leilão, provavelmente teremos mais empresas participando e podendo arrematar. Só posso deixar uma certeza, nenhum comércio que já vende arroz no Brasil vai deixar de receber esse produto na prateleira caso ele queira. A Conab tem a missão de fazer chegar em todas as prateleiras de mercados, pequenos varejos e atacarejos do país”, garantiu o diretor de Operações e Abastecimento da Companhia, Thiago dos Santos.
As regiões metropolitanas previstas no edital foram definidas pela Conab com base em indicadores de insegurança alimentar. O arroz adquirido deverá estar acondicionado em embalagem com capacidade de 5kg, transparente e incolor, que permita a perfeita visualização do produto e com logomarca. Os compradores deverão vender o produto exclusivamente para o consumidor final, com preço máximo de R$ 4 o quilo.
“Essa compra não vai servir para a formação de estoque porque nosso objetivo é que esse produto, uma vez internalizado, seja rapidamente disponibilizado para os consumidores. Aqui a questão de abastecimento e de preço já está colocada e o que nós queremos é que esse produto chegue o mais rápido possível à mesa do povo brasileiro”, explicou o diretor de Política Agrícola e Informações da Conab, Silvio Porto.
O primeiro leilão para compra de arroz da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) terminou com a participação de quatro empresas alheias ao mercado do cereal. Entre os nomes, há uma de locação de máquinas agrícolas e uma produtora de queijos com registro em Macapá (AP) e uma pessoa física, que tem 70 processos na Justiça brasileira.
Sobre as empresas, Santos afirmou que não é possível identificar de onde trarão o arroz importado nem qual a participação delas de mercado atual do país. Elas precisarão depositar 5% do valor negociado no leilão como garantia à Conab na próxima semana e só receberão do governo o valor acordado após entregar o lote de mercadoria no armazém determinado pela autarquia. “Esse arroz tem que ser de fora do Brasil, mas tem que estar dentro das prorrogativas sanitárias do país”, garantiu.
Como já dito algumas vezes, o governo Lula pretende voltar com a política de estoques públicos de alimentos, como feito entre 2003 e 2015, para garantir o abastecimento ao consumidor e o preço mínimo ao produtor quando ele cair abaixo do determinado pela Conab.